sábado, 18 de julho de 2009

Carmezita e seu Pai

No dia em que nasceu nossa filha, meu marido, não sentiu grande alegria. Por que a decepção que sentia parecia, ser maior do que o grande conhecimento de ter uma filha.

- Ah!!! Eu queria um filho homem!!! - lamentava meu marido.

Em poucos meses ele se deixou cativar pelo sorriso de nossa linda filha Carmenzita e pela infinita inocência de seu olhar fixo e penetrante, foi então que ele começou a amá-la com loucura.
Sua carinha, seu sorriso não se apartava mais ele. Ele fazia planos sobre planos, tudo seria para nossa Carmezita.

Numa tarde estávamos reunidos em família, quando Carmezita perguntou a seu pai:
Papi,... Quando eu completar quinze anos, qual será meu presente?
Ele lhe respondeu:

- Meu amor, você ainda tem apenas sete aninhos, não lhe parece que falta muito tempo para essa data?

Respondeu Carmezita:

- Bem papi,... tu sempre diz que o tempo passa voando, ainda que eu nunca haja visto por aquí.
Carmezita já tinha quatorze anos e ocupava toda a alegria da casa, especialmente o coração do seu papi. Num domindo fomos a igreja, Carmezita tropeçou, seu papi de imediato agarrou-a para que não caisse... Já sentados nos bancos da igreja, vimos como Carmezita foi caindo lentamente e quase perdeu a consciência.

Seu papi agarrou-a e levou imediatamente para o hospital. Alí permaneceu por dez dias e foi então quando lhe informaram que Carmezita padecia uma grave enfermidade que afetava seriamente seu coração.

Os dias foram passando, seu pai renunciou a seu trabalho para dedicar-se a Carmezita. Todavia, eu seu mãe, decidi trabalhar, pois não suportava ver Carmezita sofrendo tanto.
Numa manhã, ainda na cama, Carmezita perguntou a seu papi:

- Papi? Os médicos disseram que eu vou morrer?

Respondeu seu papi:

- Não meu amor... nãovais morrer, Deus que é tão grande, não permitiria que eu perca o que mais tenho amado neste mundo.
Bem filinha,... na verdade ninguém regressou de lá e contou algo sobre isso, porém se eu morrer, não te deixarei só, onde eu estiver buscarei um maneira de me comunicar contigo, e em última instância utilizaria o vento para te ver.
Não tenho a menor idéia filinha, só sei que se algum dia eu morrer, sentirás que estou contigo, quando um suave vento roçar teu rosto e uma brisa fresca beijar tua face.

Nesse mesmo dia à tarde, fomos informados pelo médicos que nossa Carmezita necessitava de um transplante de coração, pois do contrário ela só teria mais vinte anos de vida.

- UM CORAÇÃO! ONDE CONSEGUIREI UM CORAÇÃO! UM CORAÇÃO! ONDE, DEUS MEU!?

Nesse mesmo mês, Carmezita completaria seus quinze anos. E foi numa sexta-feira a tarde quando conseguiram um doador. Foi operada e tudo saiu bem.
Carmezita permaneceu no hospital por quinze dias e em nenhuma só vez seu papi foi visitá-la. Todavia, os médicas lhe deram alta e ela foi para casa. Ao chegar em casa Carmezita com ansiedade gritou:

- Papi! Papi!... Onde tu estás?

"Carmazita, filinha do meu coração: No momento em que ler esta carta, já deve ter quinze anos e um coração forte batendo no seu peito, essa foi a promessa que me fizeram os médicos que te operaram. Não pode imaginar nem remotamente quanto lamento não estar a teu lado neste instante.
Quando soube que morrerias, decidí dar-te a resposta da pergunta que me fizestes quando tinha sete aninhos e a qual não respondí. Decidí dar-te o presente mais bonito que ninguém jamais faria por minha filinha... Te dou de presente minha vida inteira sem nenhuma condição, para que faças com ela o que queiras. Vive filha!! Te amo com todo meu coração!!"

Carmezita chorou todo dia e toda a noite; No dia seguinte foi ao cemitério e se sentou sobre a tumba de seu papi; chorou tanto como ninguém poderia chorar e sussurou:

- Papi,... agora posso compreender quanto me amavas; eu também te amava e ainda que nunca tenho dito, agora compreendo a importância de dizer-te "Te Amo" e te pediria perdão por haver guardado silêncio tantas vezes.

Nesse instante as copas das árvoras balançavam suavemente, cairam algumas folhas e florzinhas e uma suave roçou a face de Carmezita.

"Não tenho a menor idéia filinha, só sei que se algum dia eu morrer, sentirás que estou contigo, quando um suave vento roçar teu rosto e uma brisa fresca beijar tua face."

Olhou para o céu, tentou enxugar as lágrimas de seu rosto, se levantou e voltou para casa.

Jesus também fez o mesmo por todos nós. Aceite-o hoje em seu coração, ele bate na porta do seu coração; receba-o com carinho e a graça de Jesus invadirá por completo o seu coração. ;)